domingo, 27 de novembro de 2011

Terça, 20.11.11 - Drogas, um problema da família

Nossa! Como é corriqueiro o fato de começarmos ou terminarmos o plantão com um bêbado debruçado em nossa mesa. Dessa vez era um filho de um policial que havia se excedido um pouco na bebida. Foi pego na saída de uma festa de faculdade open bar, em um posto de controle da Polícia Rodoviária Federal. Não estava muito alterado, ainda assim ultrapassou o limite legal permitido. E foi altuado em flagrante (só ñão foi preso porque pagou a fiança). Essas festas open bar são o prenúncio da catátrofe. Será que alguém vai lá e não bebe uma gota de álcool? Não sou contra a tomar todas de vez em quando, só que temos que traçar rotas alternativas, como o uso do taxi ou mesmo os bons e velhos pais que estão em casa dormindo, loucos para participar de novo da vida dos filhos (ainda que seja para recolhê-los embrigados nas festas). Isso os fará reviver os tempos em que tinham algum controle sobre os filhos, os fará participar da nossa vida social, sem contar que terão a certeza de que estarão retornando para casa em segurança.

Por volta das 10:00 hs, recebi um pai preocupadíssimo com o desaparecimento da filha. Segundo contou, ela foi na mesma festa do rapaz que foi autuado acima e não voltou para casa. Provavelmente tenha saído para dormir com uma amiga ou quem sabe um amigo. O que importa é que essa presença desse pai (e da mãe que estava muito nervosa) apenas reforça a posição explicitada acima. Os pais querem sim saber o que seus filhos andam fazendo - pelo menos aqueles que se importam com os filhos que têm. Acabamos não registrando a ocorrência, dada a grande probabilidade de a menina aparecer em pouco tempo dando notícias. E de fato o pai não mais retornou durante o plantão. Sinal que alguém levou umas boas palmadas na bunda. Porém essa garota pode ver o quanto seus pais a querem bem e se procupam com ela. Se fossem outros tantos que aparecem por aqui, só perguntariam por ela na próxima semana.

E como estamos falando de família, não poderia deixar de faltar o famoso caso do filho drogado que se volta contra a própria mãe. Dessa vez o ex-cunhado dessa senhora entrou na casa e passou a ofendê-la, chamando-a de vagabunda e dizendo que ela precisava mesmo de um homem (olhem a contradição das palavra, se é vagabunda, por quê precisaria de um homem?) xingamentos sem nenhum fundamento, só para agredir a senhora que já sofre de bipolaridade e tem os dois filhos drogados. Certamente sua vida não é fácil com os problemas de drogadiçaõ internos e ter que aturar o mala do ex-cunhado (irmão do marido com quem ela se separou há mais de 15 anos) já é demais. Entretanto, ao invés do filho defender a mãe que estava sendo ofendida, se voltou contra ela, passando a agredi-la com tapas e ameaças. Atitudes sem cabimento e impensadas. Mais uma vez vale lembrar que a droga em geral é o mal do século passado e será deste também, porque as consequências que elas trazem são tão nefastas que somos incapazes de precisar. Afastem-se das drogas e levem os entes queridos junto. Essa luta não pode ser só dos órgãos de segurança, mas de todos, desde aquele pai que deixa o filho fumar maconha em casa até aquele que sequer sabe que o filho usa. A prevenção é o melhor remédio para tudo!

Ainda na questão das drogas. A Brigada Militar prendeu um senhor de uns 50 anos com grande quantidade de maconha em sua casa. Segundo denúncias anônimas, ele praticava o tráfico da erva há algum tempo, mas nunca tinha sido pego. Dessa vez estava com umas 250 gramas de cannabis e tinha acabado de vender para uma usuária. Acabou sendo preso por tráfico, não só pela venda, mas sim pela quantidade da droga encontrada em seu poder. Aqui faço um pequeno parênteses para a interpretação da lei de drogas. Não é só aquele que vende que pratica o crime de tráfico. O tipo penal prevê 18 verbos (Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente), ou seja, ainda que não realize a venda ou não vise ao lucro, o tráfico persiste. Com isso, a lkinha entre o usuário e o traficante passa a ser muito tênue e a diferença entre uma pena de advertência e outra de no mínimo 5 anos de prisão também. A simples alegação: "sou usuário" pode salver a pele algumas vezes, mas pode ser diferente em outras ocasiões dependendo da interpretação de quem analisa o caso. Aquele "simples" usuário não vai achar tanta graça no uso que faz da droga. A antiga campanha contra o vício deve estar sempre presente: drogas, nem morto.

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